“A TERRA, A MULHER,O FILHO E A FAMILIA”.
Inicialmente agradecemos sempre, por estarmos de “alguma forma” compartilhando e trocando saberes, concepções, visões de “mundo” ,de forma pluricultural, pluriétnica e com base em uma leitura circular, coletiva.
A intenção, neste compartilhar, vem sugerir uma reflexão sobre a forma como concebemos o Mundo e com fundamentos embasados na Ancestralidade Indígena enaltecendo a MÃE TERRA, a figura feminina em suas mais diversas formas , fases e faces na Natureza e como a sociedade contemporânea conviviveu e convive com esta visão, o como pratica este modo de SER, onde a visão Paternalista deixa de ocupar uma posição de destaque e passamos a “REFLETIR” sobre a Mulher, de ontem, hoje e a mulher que virá...
Claro que esta reflexão parte primeiramente do SENTIR-SE como parte da Terra,”GENTE DA TERRA”. Como se haje e interge com a NATUREZA e com toda Criação? Houve um tempo em que a figura da Mãe, da Mulher ,eram vistas como Sagradas e em um determinado momento isto se rompeu. Onde iniciou este “rompimento” e por que? Quais foram as conseqüências deste afastamento, ou rompimento da MULHER dentro de si mesma, o que gerou esta situação? A mulher foi quem se afastou? Ou foi uma relação promovida por as culturas imperantes,tanto do passado e presente que foram plantando mudanças reflexivas que não foram capazes de anular o pensamento cultural patriarcal com a qual a Mulher foi”formada”, dentro da base do materialismo “dilaético” que hoje nos mostra uma mulher embuida em uma projeção filosófica política , social e espiritual,gerada por homens.
Hoje a sociedade patriarcal nos impõem um pensamento globalizador dentro de uma postura masculina seja no mercado de trabalho,compartindo igualdade e oportunidades com a mulher, entretanto não reconhecendo-a na prática como protagonista de vital importância na CRIAÇÃO e modo de SER vinculada a Natureza originária Del SER HUMANO.
Finalmente a mulher é a administradora da formação ,crescimento dos filhos, como a ela mesma, que organiza, define, determina o cultivar da TERRA, já que mantém uma ampla relação com esta MÃE UNIVERSAL. Agora, que queremos dizer com isto?
Que não há um encontro da Mulher com o Homem? Que não há um complemento, equilíbrio e harmonia de ambos com a TERRA? A Terra é uma dimensão ,um espaço, onde coexistem, convivem, interactuam, um milhões de SERES, espíritos, energias, animais, rios, pessoas, onde A MULHER E O HOMEM, desde os saberes antigos interagiram com esta relação harmoniosa e de equilíbrio da “Dualidade” de pertencerem a MÃE TERRA.Onde os quais foram necessários, desde tempos mais remotos a estabelecerem Leis, regulamentos, pautas, condutas, relações sociais, culturais, religiosas e políticas, sendo os responsáveis na execução destas “regras” a MULHER, o Homem, os avós, os jovens e principalmente a figura feminina por sua condição de GESTORA DA VIDA igual que sua MÃE: “ A TERRA”. O Homem, pela proteção e projeção destes cuidados com seu meio, os avós pela experiência, sabedoria , os jovens por serem responsáveis pelo novo.Nesta concepção de nossos antepassados, não existia a competência ou disputa de poder, nem de imposição de um SER sobre outro, controle nem domínio, mas um completo equilíbrio, TERRA, HOMEM, MULHER, AVÓ, JOVEM.
A justificativa do que falávamos acima, é que a cultura dos antigos, não está fundamentada em PODER ou competência, e sim em uma Cultura solidária,coletiva de UM SER orientado desde a essência Espiritual com a TERRA.
Assim podemos entender uma série de questões, dentre as quais a postura das Cultura Tradicionais Indígenas, sempre na luta por manterem-se em seus “territórios sagrados”, como também da própria Mulher de ontem, hoje tanto Indígena como no Indígena sofre embates de um pensamento “único”, todavia PATRIARCAL que impõem a ela como posicionar-se em um Mundo Globalizado.
Não é necessário aqui, citarmos as tantas agressões vivenciadas por não somente mulheres, como crianças, anciões e toda uma sociedade que está acorrentada a um sistema de valores e princípios morais, éticos, de cidadania, fundamentados em uma leitura de PODER PATRIARCAL, que nos dirige a simples luta de “gêneros”: HOMEM X MULHER , onde a luta demanda mudanças muito profundas em tempos de completo equilíbrio e harmonia espiritual.Do retornar ao pensamento Ancestral de grande relação com a Nossa Mãe Terra.
Não queremos gerar com esta “RELEXÃO”, um choque de culturas tampouco impor uma verdade absoluta, mas que estamos em uma busca constante que nos deixaram estes encontros de pensamentos entre MULHERES E HOMENS.
CITAÇÃO:” A RETOMADA DE CONSCIÊNCIA DE TODOS NÓS PASSA DIRETAMENTE PELA TERRA” EM SENTIR QUE SOMOS PARTE DELA E COMO GESTAMOS EM NÓS MESMAS(OS) NOSSOS SONHOS E COMO REALIZÁ-LOS DE FORMA COLETIVA, EM CONEXÃO E EQUILÍBRIO COM ESTA “NATUREZA DO SER”. MULHER/HOMEM, Céu /Terra/Sol/Lua/ e as fases e faces de todos Nós, neste constante CIRCULO DA VIDA..(Liana Utinguassú)” .
Texto: Liana Utinguassu- Escritora (uma visão Coletiva)
Consultora em Temática Plucultural/Pluriétnica
Servidora/Presidente:Oscip Yvy Kuraxo
www.yvykuraxo.org.br
Twitter: http://twitter.com/utinguassu
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