quinta-feira, 15 de novembro de 2012



 

 

Postamos esta Letra  aqui  para que  Todos possam  sentir  ao seu modo..

Perfeito cruzamento de todas as  Visões, Filosofias, "Religiões", Culturas, tradições ,transcendendo ,ultrapassando mesmo, quaisquer  "verdades", mas  conduzindo a  todos(as) a uma consciência mais que  profunda de  si mesmo..do  Amor e do que  "Não"  traduz  Amor,também..

Por Natureza, me  auto-observo, observo...sinto..avalio  e  re-avalio..
constato  e  repasso que  sempre  nos  fortalecemos  em cada  batalha, e  agradecemos  sobretudo  aos  "momentos  mais desafiadores", mas  drásticos,porque  é  aí...que  renascemos!
destaque  a  "algumas  frases  aqui":
"Sou como a haste fina que qualquer brisa verga"...
Frase linda e verdadeiramente assim  deve SER!
"Você pisa na terra mas não sente apenas pisa"...,
"se choro, quando
Choro" e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou"....Assim somos ...Muitas  pessoas  tem receio de Chorar,mas  á  Natureza  é  pródiga, é Mãe!
Nascemos  chorando, gritando até!
Na  letra "Carta de  Amor", temos  Zumbi, temos  todos  os Pajés, temos  todos os Ancestrais, sentimos, dançamos..e por isto aqui compartilhei, porque a mim é  Sagrada  esta  letra  e a  cada  Novo Dia, agradeço!
Aos  Ancestrais..A Terra,aos Filhos(as), por estar  exatamente onde estou..."No aqui e  No Agora", livre, como sempre cada "espírito" é,Neste "supremo"agora!
Cada  um(a) saberá  interpretar e  absorver  com certeza  dependendo de sua  "ótica", de  seu sentir..Mas com certeza,melhor  melodia  a  Alma, não me  ocorre  aqui Agora..





Carta de Amor

Maria Bethânia

Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria ascende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar

Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha forma é matéria que você não alcança
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro, quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou.
Se desejo o meu desejo faz subir marés de sal e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de
Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas, nenhuma espada corta

Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe comigo....


fonte da  Foto acima:(http://ocantinhodemim.blogspot.com.br/2010/09/uma-guerreira-da-luz.html)


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