domingo, 4 de setembro de 2016

UM CHAMADO ANCESTRAL-POR TXAI DORALICE E TODAS AS MULHERES INDÍGENAS



A cunha-karai Doralice, Txai. Foto cedida pela família.

LER MATÉRIA  NA  ÍNTEGRA  EM:
http://racismoambiental.net.br/?p=225356#comment-62789Por Luciane Ouriques Ferreira(1), Cristine Takua(2), Carlos Papá(3)
“Há muito tempo atrás, no início, a terra não era essa. Era um outro mundo, onde todas as coisas tinham vida e se comunicavam. Até os cachorros eram como a gente. Certo dia, esse mundo queimou e se acabou em um grande fogo. Com o fim desse mundo, Nhanderu (Deus) resolveu partir.
Nesse tempo existia um ser-doença ‘mba’e axy djá’. Nhanderu queria levar embora todo mundo, mas não podia. Assim ele deixou ‘mba’e axy dja’ no mundo imperfeito, no mundo das dores. ‘Mba’e axy dja’ ficou muito chateado, porque queria ter ido embora junto com Nhanderu. ‘Não entendo porque você vai me deixar aqui com a missão de espalhar as doenças’, reclamou. Então, quando Nhanderu partiu, ele deixou esse ser-doença invisível. Por isso hoje nós não conseguimos vê-lo. Ele é o ser que cuida das cachoeiras e dos rios. É o ser-espírito-das-águas. Por isso não podemos abusar do rio indo nas cachoeiras. Nem as crianças podem ficar indo nos rios, porque existe o dono desses lugares. Se esse ser ‘mba’e axy dja’ apontar o dedo para uma pessoa, ela vai sofrer muito. Se ele tocar a pessoa, ela morre. Se olhar só de longe, então a pessoa vai sentir uma dor mais leve. Mas se ele se aproximar, não há chance para a pessoa. No entanto, Nhanderu falou: ‘Quem acreditar em mim, não será atingido. Mba’e axy dja não vai atingir fácil aqueles que acreditarem em mim’. Por isso às vezes a gente fica doente e mesmo assim consegue se curar” (Txai Doralice – História contada durante as gravações para a elaboração do documentário etnográfico Teko Rexaí – Saúde Guarani-Mbyá, em 2007).
* * *
Cheguei na Aldeia Mbyá do Rio Silveira, no Litoral de São Paulo, no dia 21 de abril de 2016 para ficar hospedada na casa dos amigos Carlos Papá e Cristine Takuá e de seus dois filhos – Mirim Dju (8 anos) e Karaí Ruvixa (3 anos). Meu objetivo inicial era o de acompanhar o itinerário terapêutico de Txai Doralice, mãe de Papá, em busca de cura e tratamento de uma doença grave que a acometia já há algum tempo e que havia sido diagnosticada pelos médicos como câncer no útero. No entanto, ao chegar na aldeia fazia três dias que Txai havia falecido e a família de Papá e Takua encontrava-se em luto. Txai morreu com 71 anos, no dia 18 de abril de 2016, e foi sepultada no cemitério da aldeia velha da TI Rio Silveira no dia 19 de abril – dia do índio.
Já há algum tempo Takua me falava que Txai estava muito doente e, para que pudesse receber os devidos cuidados, conforme os preceitos da sabedoria de cura milenar dos Guarani-Mbyá, passou a morar com eles. Nos últimos tempos Txai passou a perder muito sangue e a sentir muitas dores, ficando extremamente debilitada. Com o agravamento da sua situação de saúde, a anciã passou a solicitar que Papá e Takua a “pitassem”(4) nela, cada vez mais seguido, para acalmar as dores que estava sentindo.
Desde que seu filho mais novo nasceu, há 3 anos atrás, Carlos Papá passou a se dedicar ao caminho espiritual, realizando cerimônias na casa de reza e atendendo as pessoas que o procuram em busca de curas.(5) Hoje, Papá é reconhecido pelas famílias da aldeia Rio Silveira como xamoin (xamã) e Takuá, sua companheira, o acompanha nas cerimônias e atendimentos terapêuticos realizados dentro da Opy’i.
Apesar de saber que Txai sofria de muitas dores e frequentes hemorragias, foi ao chegar à Aldeia do Rio Silveira há três anos que Takuá descobriu que a sogra possuía um câncer. De acordo com Takuá, foi quando percebeu que havia sangue na roupa de Txai que a família decidiu encaminhá-la para consultar um médico em São Paulo. Em dezembro de 2013 foi diagnosticado um câncer de útero em um estágio avançado. Por isso, conforme a avaliação médica, não havia mais a possibilidade de realização de cirurgia para erradicar o câncer, sendo a  radioterapia e quimioterapia o tratamento indicado para o caso. Só que Txai se negou a fazer o tratamento, optando por ser tratada pelos xamoin (xamã) e com os recursos da medicina Mbyá. Foi quando ela voltou a se fortalecer.
Convém mencionar que em toda a sua vida Txai nunca fez um exame preventivo de câncer de colo de útero (PCCU) e, mesmo atualmente, muitas se negam a fazer esse procedimento. Sobre isso Takuá mencionou que recentemente uma jovem mulher da Aldeia Rio Silveira, de aproximadamente 34 anos, também faleceu devido a um câncer no colo de útero.
Em um determinado momento, quando as dores e a hemorragia voltaram a se intensificar, Txai aceitou fazer o tratamento de radioterapia em um hospital situado no município de Santos, São Paulo, situado a, aproximadamente, 80km da aldeia. Durante sete dias, a anciã saía de madrugada da aldeia do Rio Silveira e retornava à noite. No oitavo dia ela se negou a fazer a sessão de radioterapia, porque alegou estar passando fome, já que ficava em jejum durante todo o dia. Além disso, Txai reclamava da alta velocidade com que os motoristas da Secretaria de Atenção à Saúde Indígena (SESAI) a conduziam até o hospital em Santos. Ela tinha medo.
Porém, para interromper o tratamento de radioterapia, Carlos Papá teve que assinar um documento se responsabilizando pela decisão de Txai. Depois disso foram longos dias de muito mal estar (entre janeiro e fevereiro de 2015), na qual muitos trabalhos de cura foram feitos dentro da casa de reza buscando restaurar o bem estar da anciã. No entanto, Txai passou a ficar cada vez mais debilitada, sem conseguir andar e nem comer. Foi aí que seu filho teve a visão que era necessário fazer o batizado da erva-mate, cerimônia sagrada para os Mbyá-Guarani. No dia seguinte foram colhidas a erva, e durante a noite foi realizado o ritual de reza. Para a surpresa de todos, na manhã seguinte Txai se levantou e voltou a comer, restaurando a sua força.
Em abril de 2015 Txai foi levada por sua filha para residir em uma aldeia em Santa Catarina – Aldeia Bugiu, na TI Xokleng de Ibirama. Sem receber os cuidados da terapêutica Mbyá, a anciã teve uma recaída. Quando retornou para a aldeia do Rio Silveira, final de julho de 2015, Txai estava debilitada, e Papá e Takuá mais uma vez intensificaram a ‘pajelança’ (trabalhos espirituais) para recuperar sua saúde.
Desde então, Txai teve que ser internada várias vezes no hospital de São Sebastião, sendo que, em setembro de 2015, ela ficou durante um mês internada. De acordo com os médicos, o avanço do câncer (metástase) comprometeu o funcionamento dos rins, levando-a a perder um rim e a colocar um cateter no outro rim, via intervenção cirúrgica, para ela poder urinar.
Nesse período em que ficou internada no Hospital de São Sebastião, por ocasião das visitas de seus filho e de sua nora, Txai reclamava que era submetida a maus tratos por partes das enfermeiras, devido ao fato de ela ser índia. Também reclamava da comida, que julgava ser muito salgada e oleosa para o seu gosto de mulher Mbyá. Pedia à sua nora que levasse para ela comidas tradicionais – canjica com galinha caipira, fubá cozido -, mas a gestão do hospital não permitia que os familiares de Txai atendessem aos seus pedidos. Comendo muito pouco, a anciã enfraquecia cada dia mais.
Depois de um mês internada, Txai voltou para aldeia, mas de tempos em tempos retornava ao hospital com fortes dores e hemorragia intensa, o que fez com que ela desenvolvesse uma anemia. Por isso, em algumas de suas internações ela teve que fazer transfusão de sangue.
Por não suportar mais os maus-tratos das enfermeiras do hospital, a quem faltava delicadeza para atender à  anciã Mbyá, e também não entender o motivo de tantos exames, Txai se negou a ir para o hospital. Para ela, a prática constante da coleta de sangue para a realização de exames além de não ter sentido, já que ela estava com hemorragias constantes, fazia com que os profissionais de saúde do hospital se assemelhassem a ‘vampiros’.
Txai resistiu o que pôde ao tratamento ofertado pelos serviços de saúde. Em seus últimos dias, para aliviar as dores insuportáveis, entre gemidos, ela pedia para que seu filho Papá e sua nora Takua pitassem nela, seguidamente. Ambos já se encontravam exaustos devido aos cuidados intensos que dedicavam à anciã. Alguns dias antes de fazer a passagem, Txai pediu várias vezes para ir na Opy do xamoin José Fernandes, na aldeia Jaraguá , Tekoa Pyau, em São Paulo. Lá ela iria buscar acompanhamento e orientação espiritual, pois já estava pressentindo que estava chegando sua hora e não queria ‘deixar seu corpo como terra’ na Aldeia do Rio Silveira, pois muitas lembranças de tristezas a rodeavam nessa aldeia.
Takuá transmitiu à enfermeira da SESAI a solicitação de Txai e foi agendado para o outro dia o carro que levaria a sua sogra para o Jaraguá. No entanto, no dia da viagem a enfermeira avaliou que a anciã estava debilitada e não autorizou que o carro a levasse para a aldeia do xamoin José. Txai já estava pronta para viajar e a não autorização da enfermeira foi uma decepção para ela e seus familiares. Por estar com febre, dores e inchaços pelo corpo,  ela foi encaminhada para o pronto socorro de Boiçucanga. Nesse meio tempo a enfermeira, junto com Papá, decidiram então trazer o xamoi para a aldeia do Rio Silveira. Só que, no dia que ele chegou, Txai ainda estava no pronto socorro e, quando ela retornou para casa no final da tarde, ele já estava indo embora. Mais um desencontro marcou a trajetória de Txai.
Nos dias anteriores à sua passagem, Txai, já não suportando mais as dores, pediu para ser internada no hospital. Essa decisão foi bastante difícil tanto para ela, quanto para a Papá e Takuá, que vinham cuidando dela com tanta dedicação. O filho e a nora iam visitar a anciã cotidianamente. E, numa sexta-feira, Txai pediu a Takuá para que a deixassem partir. Txai queria que um xamoin fosse atendê-la no hospital, mas a gestão não permitiu. Txai também pediu a Takuá, um dia antes de morrer, para pitar nela para aliviar as dores e preparar a sua partida. Os profissionais de saúde responsáveis não autorizaram o uso do petynguá no quarto de Txai, dizendo que a fumaça do tabaco poderia prejudicar ainda mais a saúde da anciã. Txai morreu na UTI, e os profissionais ainda tentaram reanimá-la, deixando seu corpo todo manchado. Aos olhos do xamoi Papá, filho de Txai, esse procedimento foi inadequado e desrespeitoso, pois o nhe’e de Txai já tinha partido. “Os profissionais de saúde não deveriam tratar o corpo mbyá dessa forma; deveriam observar e respeitar a ética guarani na hora de atender às pessoas Mbyá”.
Takuá, enfrentando várias dificuldades, dentre elas, a falta de sensibilidade por parte da funenária, fez todos os procedimentos administrativos relativos ao óbito de Txai. O corpo de Txai foi velado na Opy’i de seu filho, no dia 18 de abril de 2016, e no dia 19 ela foi enterrada no cemitério da aldeia Velha, da TI Rio Silveira.
***
O objetivo deste texto é chamar atenção para a necessidade de se desenvolver procedimentos adequados para atender tanto a saúde das mulheres Mbyá-Guarani -afinal de contas câncer no útero é uma doença que pode ser evitada-, quanto enfatizar a importância de se desenvolver uma atenção diferenciada aos anciãos e especialistas e sábios Guarani-Mbyá.
Se o direito à atenção diferenciada à saúde Mbyá fosse observado conforme previsto na Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), e os serviços de saúde operassem de forma articulada às terapêuticas Mbyá, Txai poderia ter aderido ao tratamento biomédico a ela indicado, alcançando melhores resultados para a manutenção do seu bem-viver. Se a atenção diferenciada à saúde indígena fosse efetiva e os serviços respeitassem os saberes e a ética Mbyá que orientam as suas condutas diante da doença e da morte, muitos sofrimentos enfrentados por Txai e seus familiares poderiam ter sido evitados.
* * *
Doralice Fernandes Guarani, Ryapua Mimbi (seu último nome recebido, dias antes da partida, pois acreditam os sábios que quando o corpo está doente é necessário trocar o nome, para que haja um fortalecimento espiritual), era parteira, conhecedora das plantas de cura, uma mulher guerreira e sensível. Criou seus 5 filhos sozinha, além de um filho adotivo e alguns netos e netas que viveram com ela. Teve alguns maridos ao longo da vida, que a abandonaram. Sofreu bastante na vida, mas nunca perdeu o sorriso e o olhar sereno de uma grande sábia.



  1. Cristine, Papá, Aqui me refiro como sempre SENTI e assim fui acolhida por TXAI E TXERAMOI DJIDJOCÓ e vocês.UMA IRMÃ, E FILHA.
  2. Nunca em nenhuma outra ALDEIA em que estive(e foram muitas), FUI TÃO ACOLHIDA SEM SE QUER QUESTIONAREM SER “MESTIÇA”, como muitos gostam de assim “JULGAR” E NOMINAR.Mas, vocês sabem, NHANDERU SABE E TXAI E TXERAMOI SABEM! Nunca esqueci e nunca esquecerei os últimos meses de vida de TXAI AQUI NESTA TERRA e lamento muito que o que buscamos fazer, tentando conseguir aquele medicamento natural Fosfoetanolamina sintética tenha tardado tanto! Mas, todos buscamos FAZER nosso melhor! 
  3. Esbarramos também frequentemente nas mesmas questões: 

  4. FALTA DE RESPEITO A VIDA E AO MODO DE SER GUARANI E DE MUITAS OUTRAS ETNIAS.Minha vida até aqui, sempre foi de buscar ser uma BOA PONTE entre Mundos, sem pretensas falas,apenas por ter nascido onde NHANDERU QUIS, vivi muito do modo de SER Não INDIO e carregando em minha Alma, O MODO DE SER INDÍGENA.Isto basta para mim.Ter estado com vocês e com ELA, TXAI, antes de sua partida me falou mais que MIL PALAVRAS! 

  5. Hoje aqui venho e OLHO PROFUNDAMENTE SEMPRE suas fotos e SUA FORTALEZA QUE ULTRAPASSA FRONTEIRAS.ELA E TXERAMOI DJIDJOCÓ ECOAM EM NÓS E OJALÁ “UM DIA” POSSA O NÃO INDIO E TODO ESTE SISTEMA, ENCARAREM QUE A MEDICINA TRADICIONAL INDÍGENA E O NHANDEREKÓ MARANGATU DE CADA ETNIA, MERECEM RESPEITO!ENQUANTO ISTO, NÓS DAQUI SEGUIMOS, COM A SAUDADE IMENSA E DOR NA ALMA QUE SOMENTE NÓS SABEMOS, POR SENTIRMOS TANTA IMPOTÊNCIA MUITAS VEZES DIANTE DESTE SISTEMA!
  6. MAS CERTAMENTE NÃO MENOS FORTALECIDOS,POIS NOSSOS ANCESTRAIS NOS NUTREM, BEM COMO A FORTALEZA DO ESPÍRITO DE TUDO NA CRIANÇÃO! AGRADEÇO CADA SEGUNDO PASSADO COM VOCÊS E ESPERO, BREVE, CANTARMOS TODOS JUNTOS NA OPY, ONDE TXAI ,TXERAMOI NOS ENSINARAM, TANTO! ONDE AS CRIANÇAS E OS AVÓS SEGUEM A NOS EMBALAR …E EU E MEU COMPANHEIRO, RAUL REGADAS ESTAREMOS SEMPRE JUNTOS DE CORAÇÃO E ESPIRITO, ALÉM DO “FÍSICO”.LIANA UTINGUASSU TATA’ENDY





sexta-feira, 1 de abril de 2016

DIA DA "MENTIRA"




Por Liana Utinguassu

Que NÃO ALIMENTEMOS JAMAIS "MENTIRAS", tampouco façamos "PIADA", alimentando "pequeninas mentiras" no DIA DIA, pois certamente estaremos sempre MENTINDO À Nós mesmos(as). Alguns poderão dizer: 
QUEM NÃO MENTIU UM DIA? E surgem as tantas POLÊMICAS sobre "OMITIR", MENTIR...De igual forma, SEMPRE QUE saímos fora da VERDADE ,acabamos FERINDO NOSSO CORAÇÃO. 
A VERDADE DÓI, certamente, algumas vezes "DÓI MESMO"!! Mas, se cresce, se amadurece e SE PODE DORMIR , SE OLHAR NOS OLHOS, SEM A PREOCUPAÇÃO COM "ALGO SER DESCOBERTO"...

SOMOS O QUE SOMOS, DUERLA QUIEN DUERLA"...

Falamos com NOSSO CORAÇÃO DESTEMIDAMENTE .

Podemos até quem sabe..."ADIAR" UMA VERDADE em uma situação ONDE O CORAÇÃO DIGA: "NÃO É HORA", mas só estaremos EMPURRANDO ou "CONTORNANDO" O RIO...

ÀS VEZES É PRECISO, mas FALAMOS AQUI DE MENTIRAS , DE ESCONDER, DE NÃO AGIR CALCADOS NA VERDADE NA JUSTIÇA, COM COERÊNCIA, SENSATEZ, E HONESTAMENTE!
É...DÁ PARA REFLETIR!
OS JORNAIS ABREM O DIA, FAZENDO TROCADILHOS COM "A TAL MENTIRA", E NÓS BRASILEIROS(AS) GOSTARÍAMOS DE NÃO VER O QUE ESTÁ ATUALMENTE OCUPANDO AS "TELAS" NA MÍDIA NACIONAL E INTERNACIONAL SOBRE ESTE QUADRO POLÍTICO POR EXEMPLO, QUE VIVEMOS TODOS(AS).

Os Governos, OS GOVERNANTES e suas LEIS, deveriam sofrer uma VARREDURA e RE-FORMULAÇÃO URGENTE,pois muito se vem MENTINDO e se "OMITINDO" ,Como queiram assim nominar.

Que a HUMANIDADE possa ACORDAR para um NOVO AMANHÃ, sem MENTIRAS, sem FALSAS VERDADES, sem ENGANAÇÕES À SI MESMOS(as) , sem IGNORAR O QUE OCORRE AO "LADO", afora do "SEU UMBIGO", sem JOGAR LIXO PARA BAIXO DO TAPETE, sem ENGOLIR EM SECO, ENGASGANDO-SE COM SUAS FALSAS VERDADES,pois ACONTECE QUE UM DIA...A CASA CAI!

Algumas frases ficam aqui PARA REFLEXÃO. Sobretudo desejamos que SEJA PARA CADA UM ,Ontem, Hoje e SEMPRE, um praticar de SENTIMENTOS, PALAVRAS E AÇÕES que possam SENTIR-SE EM PAZ, SENDO HONESTOS SEMPRE CONSIGO MESMOS e consequentemente, DEIXAR em seus passos esta MARCA de CAMINHAR CONFORME SUAS PALAVRAS, como SE IMPRIME NOS PASSOS DOS ANCESTRAIS (INDIGENAS).SER UM GUERREIRO(A) que possa OLHAR NOS OLHOS ,assumindo seus DESACERTOS, suas FALTAS, SEM MENTIR E HONRANDO A TERRA EM QUE PISA.


Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.
Santo Agostinho

O público não quer a verdade, mas a mentira que mais lhe agrade.
Fernando Pessoa.







http://www.axa.org.br/reportagem/as-10-mentiras-mais-contadas-sobre-os-indigenas/

  EM TEMPO...VALE RELER.
Se as pessoas não sabem muito sobre os indígenas na atualidade, sabem menos ainda sobre o passado destes povos. Mesmo os pesquisadores não encontram um consenso, e os números variam muito conforme os critérios utilizados.





segunda-feira, 7 de março de 2016

MUITO ALÉM DO DIA "INTERNACIONAL DA MULHER"










Já é "DIA "8", mas Confesso que "Não" me agradam datas "ESPECÍFICAS" para se "Celebrar" ou reivindicar questões que deveriam estar não somente no sangue que corre em nossas veias,mas plenamente INTEGRADAS em nossas consciências, Corações, Espíritos "VENTRES".
Não gosto de "Publicidades" onde se colocam frases do Tipo: "AS MULHERES EVOLUÍRAM" e "Hoje" Ocupam espaços que somente os "Homens ocupavam", ou que já medem "Forças com os Homens"! Isto sempre me causa TRISTEZA, "ESPANTO"!
Nunca se tratou de MEDIR FORÇAS ou ter que PARECER como os "Homens" e sim SIMPLESMENTE SER QUEM SE "É" e me perdoem aqui a franqueza que fazem meu VENTRE "INFLAR" e meu Sangue FERVER ,mas de onde vem tamanhos ABSURDOS?
Já é mais que TEMPO de se ENCARAR que o que ACONTECEU e ACONTECE deve ter outros OLHARES,outras POSTURAS.
"Historicamente o dia que reflete em manifestações em busca de melhores condições de vida e de trabalho vai muito além do direito ao voto e da igualdade de gênero. O dia internacional da mulher nos remete a 25 de março de 1857, data em que operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque entraram em greve e realizaram uma ocupação em prol de melhores condições de trabalho. Entre outras coisas, as mulheres exigiam redução na carga horária diária e equiparação salarial com os homens.
Essa manifestação ficou marcada pela força e violência que foram utilizadas contra as mulheres. As operárias acabaram presas dentro da fábrica, que foi incendiada. Tal ato criminoso resultou na morte de 130 tecelãs, que foram carbonizadas.
Anos depois, já em 1910, aconteceu uma conferência na Dinamarca, a chamada II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na qual criou-se o dia internacional da mulher, em 8 de março, como uma homenagem às mulheres que morreram em 1857. A data foi oficialmente reconhecida em 1975, pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Bem, feito estas "OBSERVAÇÕES" sempre IMPORTANTES, acrescento TEXTO DE SARAMAGO que bem ABRAÇA o que SINTO.
Agradeço por SER MULHER, ter sido GERADA por uma Grande Mulher e IGUALMENTE ABRAÇADA e ADOTADA como filha por OUTRA GRANDE MULHER ! Por SER FILHA DESTA TERRA, e com muito ORGULHO SER MÃE ,seguindo SENDO FILHA e guardando CADA MULHER EM MIM, bem como reconhecendo com RESPEITO aos Homens, ao Homem que também me gerou,PAI ,FILHO e ao Homem que CAMINHA AO MEU LADO e me ABRAÇA como tal, de IGUAL MANEIRA,afinal, É PRECISO SE ESTAR ATENTO ao FATO que Nós geramos O FEMININO E O MASCULINO dentro de nossos VENTRES e como DIZ uma AVÓ INDÍGENA: " A MULHER FAZ A RODA GIRAR",sempre fez e sempre assim será!
Não se trata de DESMERECER ao Homem, JAMAIS! Mas saber que CÉU E TERRA SE ABRAÇAM e FAZEM COM QUE A CRIAÇÃO SEJA PLENA DE AMOR E ALEGRIA!
Sejamos assim!
Isto é o que DESEJO SEMPRE e enquanto nesta TERRA VIVER ,assim buscarei HONRAR o VENTRE QUE ME GEROU e aos meus Ancestrais.
Aguyjevete
COM RESPEITO

Sexta-feira, 8 de Março de 2013
Com elas o caos não se teria instalado no mundo
Acabo de ver nos noticiários da televisão manifestações de mulheres em todo o mundo e pergunto-me uma vez mais que desgraçado planeta é este em que ainda metade da população tem que sair à rua para reivindicar o que para todos já deveria ser óbvio...
Chegam-me informações oficiais de solenes instituições que dizem que pelo mesmo trabalho a mulher cobra dezasseis por cento menos, e seguramente esta cifra está falseada para evitar a vergonha de uma diferença ainda maior. Dizem que os conselhos de administração funcionam melhor quando são compostos por mulheres, mas os governos não se atrevem a recomendar que quarenta por cento, já não digamos cinquenta, sejam compostos por mulheres, ainda que, quando chega o colapso, como na Islândia, chamem mulheres para dirigir a vida pública e a banca. Dizem que para evitar a corrupção na organização do trân- sito em Lima vão colocar guardas mulheres, porque se comprovou que nem se deixam subornar nem pedem coimas. Sabemos que a sociedade não funcionaria sem o trabalho das mulheres, e que sem a conversação das mulheres, como escrevi há algum tempo, o planeta sairia da sua órbita, nem a casa nem quem nelas habita teriam a qualidade humana que as mulheres colocam, enquanto os homens passam sem ver, ou, vendo, não se dão conta de que isto é coisa de dois e que o modelo masculino já não serve. Continuo vendo manifestações de mulheres na rua. Elas sabem o que querem, isto é, não ser humilhadas, coisificadas, desprezadas, assassinadas. Querem ser avaliadas pelo seu trabalho e não pelo acidental de cada dia.
Dizem que as minhas melhores personagens são mulheres e creio que têm razão. Às vezes penso que as mulheres que descrevi são propostas que eu mesmo quereria seguir. Talvez sejam só exemplos, talvez não existam, mas de uma coisa estou seguro: com elas o caos não se teria instalado neste mundo porque sempre conheceram a dimensão do humano.
José Saramago, O Caderno I, 8 de março de 2009