sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Diferentes  etnias, mesmas problemáticas,Reincidentes riscos à  vida.Relacionamos  "alguns" informativos  aqui.


Fonte desta  foto e informação:http://semana7.com/?pg=Noticia&Noticia=2050



Técnicos da Funai estão em Foz do Iguaçu discutindo a demarcação de terras indígenas


A disputa de terras entre duas nações indígenas diferentes.




http://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-mato-grosso-tensao-aumenta-entre-xavantes-e-latifundiarios-em-terra-cobicada-por-agronegocio/


Matéria  na  íntegra -
Fonte:

Mateus Rodighero 
da RBS TV
(http://girasolsam.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html)



Uma rotina de ameaças, invasões e medo. São essas as principais características do novo conflito por terras que mobiliza o Rio Grande do Sul. Os protagonistas, no entanto, não são latifundiários e integrantes do MST. Hoje, a tensão no campo é causada por índios e brancos. Uma disputa que envolve nada menos do que 1% de todo o território gaúcho e que, por enquanto, parece estar longe do fim.
O clima de tranquilidade, comum em cidades do Interior, deu lugar à tensão. “Eles plantaram bastante, já enriqueceram em cima da nossa área, agora nós queremos a terra de volta”, diz a indígena Regina José Grande. “Se uma escritura com 100 anos de registro não tem validade, então para que serve um cartório”, contesta o produtor rural Dênis Antônio Golin.
A disputa por terras entre índios e agricultores já atinge 30 municípios do estado. Para entender essa história, é preciso voltar no tempo, ao início do século XX, quando o governo gaúcho estimulou a ocupação do norte do estado pelos imigrantes europeus. Os índios que ocupavam as terras foram instalados em reservas. Mas nas décadas de 1950 e 1960, uma mudança na política do governo destinou muitas terras aos agricultores.

Eles plantaram bastante, já enriqueceram em cima da nossa área, agora nós queremos a terra de volta” 

Regina José Grande, indígena
Em 2005, começaram novos processos de demarcação de áreas indígenas. Um trabalho feito por antropólogos, comandado pela Fundação Nacional dos Índios (Funai). Enquanto esperam, índios e agricultores se sentem injustiçados. “Esses agricultores estão aqui com toda a legitimidade, a partir de uma política de Estado”, afirma Sidimar Luiz Lavandoski, coordenador do Fórum Estadual em Defesa dos Agricultores. Já para a indígena Jandira dos Santos, a terra tem dono. “Eu me criei aqui. Saí com 14 anos, mas voltei para a terra natal”.
Só na Região Norte do Rio Grande do Sul, são pelo menos 13 áreas em disputa entre índios e agricultores. Em Passo Grande do Rio Forquilha, entre os municípios de Cacique Doble e Sananduva, caso a demarcação seja confirmada, 95 famílias de agricultores terão que ir embora, deixando para trás uma história construída ao longo de mais de 100 anos.
O agricultor Dorvalino Dal Soglio está entre eles. Ele vive na região desde a década de 1960 e, aos 79 anos, guarda escrituras assinadas pelo Estado com data do início do século. “Tu sabes o que é colher 500 sacos de soja em quatro no outro ano mais 360 pra pagar isso aqui? E agora que já gastei uma barbaridade para arrumar, perder tudo? Nem dá pra falar”, diz, revoltado.
Enquanto ele e pelo menos outros 94 colonos da região vivem com medo de perder as terras, cerca de 40 famílias de caingangues vivem nas proximidades, em uma área improvisada. “A terra é do índio, é nossa terra. “Não tem como voltar para eles mais”, argumenta Regina.
Nós estamos acuados, coagidos, amedrontados, e ninguém faz nada”
Denis Antônio Golin, produtor rural

O acampamento tem pouca estrutura. A água das caixas não é suficiente, especialmente para atender as centenas de crianças. Dez hectares de lavouras vizinhas foram ocupados pelos índios. A Justiça deu aval para que eles ficassem. “Cada família que está morando aqui por enquanto, vai morar nas casas dos colonos que vão desocupar as casas para nós”, projeta o vice-cacique da tribo, Abílio Félix.
A maior parte da área invadida é de propriedade de Denis Golin. Ele diz que não conseguiu colher a lavoura de inverno e nem plantou a safra de soja deste ano. “As contas estão aí para pagar, a família para sustentar, a vida para tocar, e os meus direitos econômicos castrados”, reclama.
Em Vicente Dutra, no norte do Estado, há outra área em disputa. São 715 hectares declarados indígenas desde 2003. Em novembro do ano passado, agricultores impediram a entrada de técnicos da Funai. A polícia precisou intervir. Até hoje, os técnicos não conseguiram fazer a demarcação.
A situação é ainda pior em Mato Castelhano, também no Norte. Em 2010, índios trocaram tiros em função da demarcação de novas áreas. Dois deles ficaram feridos e seis foram presos. “Existe um conflito porque são dois lados com interesses divergentes. E aqui no Rio Grande do Sul, como é um estado agrícola, há muita valorização da terra”, explica o coordenador substituto da Funai, Rafael Ávila.
Em meio ao clima de tensão, só o sentimento de injustiça une índios e agricultores. “Houve injustiças históricas, para ambos os sujeitos, mas não há dúvida que não se pode promover uma justiça criando outra injustiça”, opina o historiador João Carlos Tedesco.



 
 MOÇÃO DE APOIO AOS GUARANI DA DE MATO PRETO -RS E REPUDIO A POLÍTICA ANTI-INDÍGENA DO ESTADO
BRASILEIRO.»

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N30908 -
petição Movida :Liana Utinguassu

Um comentário:

  1. É Importante que se utilize de um Consenso, Bom Senso.No conflito entre famílias de Agricultores e indígenas,é vital que se repensem formas ,pois todos vivem para Terra e na TERRA.Porque não se pensar em uma forma COLETIVA de convivência?Sempre nos cai esta pergunta em casos como este.Muitas manobras e "outros" interesses alimentam confrontos, mas porque?Que haja CONSENSO, QUE HAJA CONSENSO!!
    Neste caso, e outros CASOS, também, fazendo-se respeitar DIREITOS plantados em LEIS, e os que ANTECEDEM AS LEIS.LEIS ESTAS que não se cumprem e não foram geradas em bases Indígenas.Sempre nos toca nesta Trilha, individualmente e coletivamente, abordar prós e contras, gerando visibilidade, buscando soluções dentro de um equilíbrio COLETIVO.Nos utilizamos muito de PETIÇÕES Públicas,conforme ali ao final da matéria reforçamos, mas, quem assina?Quem se envolve efetivamente?É complexa e delicada a trajetória dentro deste Universo.
    Muitos atacam, criticam e raros são os que vem com contribuições para SOLUCIONAR,dar apoio.(Liana Utinguassú)

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